Para se conhecer e compreender as percepções que os professores tem construído sobre a ciência e o ensino de ciências que se efetiva no cotidiano escolar, fez-se necessário uma aproximação das percepções, crenças e valores, dos discursos utilizados, enfim, de como se processa a rotina escolar – os aspectos característicos que iremos encontrar no cotidiano da escola. Neste sentido, segue abaixo um breve relato dos encontros até agora realizados.
Desde o primeiro encontro os estudos foram coordenados e direcionados, para que todos os professores de ciências tivessem uma participação efetiva em todas as etapas dessa pesquisa para a (re) construção da Proposta Curricular, havendo o total interesse e apoio a investigação.
Logo no segundo encontro, foi entregue aos professores um texto publicado no final do ano de 2007, divulgando o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).
Nota baixa em ciências
Jovens brasileiros não se saem bem em exame internacional
O que você tem aprendido sobre ciências na escola? Essa matéria desperta seu interesse? As aulas são instrutivas e prendem a sua atenção? Não é por acaso que estamos fazendo essas perguntas. Ao que parece, o ensino de ciências no Brasil precisa melhorar – e muito! Sabe por quê? No final de 2007, foi divulgado o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), um exame que contou com a participação de estudantes brasileiros. Mais uma vez, o Brasil ficou nas últimas posições, o que indica que há graves deficiências no seu sistema educativo. O Brasil ficou nas últimas posições em um exame que avaliou o desempenho de estudantes de 15 anos na área de ciências em mais de 50 países.
Segundo o professor Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, o exame do PISA acontece a cada três anos e tem como objetivo produzir dados que mostrem como se encontra o ensino de Matemática, Leitura e Ciências nos países participantes, por meio de questionários e testes. A cada ano, destaca-se uma determinada área. Em 2006, por exemplo, a ênfase foi em ciências. Participaram da avaliação jovens de 15 anos, de escolas públicas e particulares, em mais de 50 nações diferentes. Em dezembro de 2007, os resultados foram divulgados e, para o Brasil, eles não poderiam ter sido mais desanimadores.
O nosso país ficou nas últimas posições na avaliação, à frente apenas de países como Colômbia, Tunísia, Azerbaijão, Qatar e Quirguistão. Ao se analisar a baixa pontuação do Brasil no exame, foi possível chegar à conclusão de que a nação apresenta graves deficiências no ensino de ciências. Só para se ter uma idéia, o Brasil obteve apenas 390 pontos, enquanto a Finlândia, o primeiro colocado, alcançou 563! Que diferença, não?
Talvez você esteja pensando quais motivos levaram o Brasil a ter esse desempenho tão fraco. Pois, para o professor Nelio, a origem do problema está na forma como o ensino, principalmente de ciências, é conduzido no nosso país. Ele diz que a maioria dos alunos não é estimulada a pensar a respeito das questões que lhes são colocadas, mas, sim, decoram conceitos, que, na maioria das vezes, acabam esquecidos em algum cantinho da memória, por não parecerem muito úteis. Sem contar a visão de algumas pessoas sobre a ciência como uma verdade absoluta e inquestionável.
Vale lembrar que os avanços científicos só acontecem graças aos questionamentos, que são os responsáveis pela busca constante do conhecimento. Por isso, aceitar tudo o que os cientistas falam, sem qualquer reflexão, traz grandes prejuízos ao próprio desenvolvimento da ciência.
E será que esse problema tem solução? O professor garante que sim. Mas, para isso, são necessárias diversas mudanças no sistema de educação brasileiro. A escola precisa mudar a visão que os jovens têm do que é a ciência e da sua importância para o cotidiano. Ela não pode estar restrita ao conteúdo exposto em sala de aula. Mais do que isso, os alunos devem ser estimulados a pensar, a questionar e a investigar, a partir de problemas que se colocam no dia-a-dia.
Nelio também defende a realização constante de avaliações por parte do governo, de forma a obter informações mais detalhadas sobre a situação do ensino no país, sem depender de iniciativas internacionais como o PISA. Ele também acredita que devem ser desenvolvidos melhores livros e materiais para os alunos e professores e campanhas que mobilizem a sociedade como um todo, como olimpíadas de astronomia e de matemática e feiras de ciências, que já são realizadas, mas que ainda não atingem um número expressivo de estudantes.
E você, o que pensa sobre esse assunto? Acha que outras medidas também devem ser adotadas para estimular o ensino de ciências no Brasil? Acredita que conseguiremos alcançar um bom desempenho nos próximos exames? Suas idéias podem ser úteis para o seu professor e sua escola. Então, por que não propor uma discussão a respeito desse tema em sala de aula? Você e seus colegas de turma só têm a ganhar com essa iniciativa!
Andressa Spata
O que você tem aprendido sobre ciências na escola? Essa matéria desperta seu interesse? As aulas são instrutivas e prendem a sua atenção? Não é por acaso que estamos fazendo essas perguntas. Ao que parece, o ensino de ciências no Brasil precisa melhorar – e muito! Sabe por quê? No final de 2007, foi divulgado o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), um exame que contou com a participação de estudantes brasileiros. Mais uma vez, o Brasil ficou nas últimas posições, o que indica que há graves deficiências no seu sistema educativo. O Brasil ficou nas últimas posições em um exame que avaliou o desempenho de estudantes de 15 anos na área de ciências em mais de 50 países.
Segundo o professor Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, o exame do PISA acontece a cada três anos e tem como objetivo produzir dados que mostrem como se encontra o ensino de Matemática, Leitura e Ciências nos países participantes, por meio de questionários e testes. A cada ano, destaca-se uma determinada área. Em 2006, por exemplo, a ênfase foi em ciências. Participaram da avaliação jovens de 15 anos, de escolas públicas e particulares, em mais de 50 nações diferentes. Em dezembro de 2007, os resultados foram divulgados e, para o Brasil, eles não poderiam ter sido mais desanimadores.
O nosso país ficou nas últimas posições na avaliação, à frente apenas de países como Colômbia, Tunísia, Azerbaijão, Qatar e Quirguistão. Ao se analisar a baixa pontuação do Brasil no exame, foi possível chegar à conclusão de que a nação apresenta graves deficiências no ensino de ciências. Só para se ter uma idéia, o Brasil obteve apenas 390 pontos, enquanto a Finlândia, o primeiro colocado, alcançou 563! Que diferença, não?
Talvez você esteja pensando quais motivos levaram o Brasil a ter esse desempenho tão fraco. Pois, para o professor Nelio, a origem do problema está na forma como o ensino, principalmente de ciências, é conduzido no nosso país. Ele diz que a maioria dos alunos não é estimulada a pensar a respeito das questões que lhes são colocadas, mas, sim, decoram conceitos, que, na maioria das vezes, acabam esquecidos em algum cantinho da memória, por não parecerem muito úteis. Sem contar a visão de algumas pessoas sobre a ciência como uma verdade absoluta e inquestionável.
Vale lembrar que os avanços científicos só acontecem graças aos questionamentos, que são os responsáveis pela busca constante do conhecimento. Por isso, aceitar tudo o que os cientistas falam, sem qualquer reflexão, traz grandes prejuízos ao próprio desenvolvimento da ciência.
E será que esse problema tem solução? O professor garante que sim. Mas, para isso, são necessárias diversas mudanças no sistema de educação brasileiro. A escola precisa mudar a visão que os jovens têm do que é a ciência e da sua importância para o cotidiano. Ela não pode estar restrita ao conteúdo exposto em sala de aula. Mais do que isso, os alunos devem ser estimulados a pensar, a questionar e a investigar, a partir de problemas que se colocam no dia-a-dia.
Nelio também defende a realização constante de avaliações por parte do governo, de forma a obter informações mais detalhadas sobre a situação do ensino no país, sem depender de iniciativas internacionais como o PISA. Ele também acredita que devem ser desenvolvidos melhores livros e materiais para os alunos e professores e campanhas que mobilizem a sociedade como um todo, como olimpíadas de astronomia e de matemática e feiras de ciências, que já são realizadas, mas que ainda não atingem um número expressivo de estudantes.
E você, o que pensa sobre esse assunto? Acha que outras medidas também devem ser adotadas para estimular o ensino de ciências no Brasil? Acredita que conseguiremos alcançar um bom desempenho nos próximos exames? Suas idéias podem ser úteis para o seu professor e sua escola. Então, por que não propor uma discussão a respeito desse tema em sala de aula? Você e seus colegas de turma só têm a ganhar com essa iniciativa!
Andressa Spata
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